terça-feira, 10 de maio de 2011

Substituição de sacolas não será obrigatória, diz Alckmin

Supermercados de SP prometem abolir sacolinhas à base de petróleo.
Protocolo de intenções não proíbe cobrança de sacola biodegradável.

Darlan Alvarenga Do G1, em São Paulo
O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira (9) que os supermercados não serão obrigados a substituir as atuais sacolas plásticas à base de petróleo por outras alternativas.
A afirmação foi feita após a assinatura de um protocolo de intenções entre o governo e a Associação Paulista de Supermercados (Apas) para a realização de estudos e adoção de ações de substituição das sacolas à base de petróleo utilizadas nos supermercados do estado. A entidade apresentou um cronograma prevendo o fim da oferta das "sacolinhas" nos supermercados até 25 janeiro de 2012.
“Não é obrigatório, o supermercado que quiser pode ter saco plástico, não tem lei”, afirmou Alckmin. “O que estamos querendo é criar uma cultura de ir substituindo um saco que não é biodegradável, que leva de 100 a 300 anos para ser incorporado ao solo, que tem causado enchentes nas grandes cidades, por outra alternativa, de preferência retornável. Para isso tem tempo, vão ter campanha, vão ter estímulos, não é obrigatório.”
Substituição gradativaDe acordo com a Apas, o protocolo prevê a substituição gradativa das sacolas de plástico pelas biodegradáveis ou retornáveis. A entidade prevê que até novembro, as lojas já estejam oferecendo opções aos clientes. A associação anunciou que irá iniciar já em junho uma campanha de conscientização com os seus cerca de 1.500 associados, que reúnem 3.500 lojas e representam cerca de 75% do setor no estado.
O presidente da Apas, João Galassi, disse que deve haver a cobrança pelas novas sacolas, mas que isso ficará a critério de cada supermercado e que, em caso de cobrança, o cliente pagará apenas o “preço de custo”. “Esse é o processo educativo do projeto”, disse.
Alckmin confirmou que os supermercados poderão cobrar pelas sacolas biodegradáveis. Em Jundiaí, cidade que aboliu as sacolas, mercados costumam cobrar R$ 0,19 pela embalagem biodegradável. O protocolo não autoriza nem proíbe a cobrança.
“Esse é um tema que vai ficar a critério dos consumidores e dos supermercadistas”, disse o governador.
Protesto Apas (Foto: Amauri Nehn/NEWS FREE/AE)Sindicato dos Químicos, Plásticos e Farmacêuticos
realizou protesto durante evento da Apas
(Foto: Amauri Nehn/NEWS FREE/AE)
Sobre o protesto do Sindicato dos Químicos, Plásticos e Farmacêuticos de São Paulo, que afirma que a retirada das sacolas dos supermercados pode causar desemprego no setor, Alckmin defendeu os benefícios ambientais da medida.
“É preciso ter coragem de respeitar o meio ambiente. Se nós pudermos evitar o saco plástico, se pudermos substituir por uma alternativa é melhor, é o ideal”, disse. Ele destacou, entretanto, que governo está atento ao setor de plásticos que já recebeu inclusive isenção de ICMS na área de tintas.
O prefeito Gilberto Kassab, também presente no evento, acredita que possa não ser necessária a cobrança. “Eu acredito que vai ser criado um entendimento e uma fórmula aonde não seja cobrado as sacolinhas”, disse.
Segundo o presidente da Apas, João Galassi, nas cidades onde os supermercados aboliram as sacolas, 95% dos clientes utilizam sacolas retornáveis. “Vamos disponibilizar caixas de papelão, vamos incentivar as pessoas a trazer carrinhos de feira, sacolas retornáveis e a velha sacola da vovó”, disse.

Um comentário:

  1. Ainda não é o fim definitivo das sacolinhas plásticas de 100 anos para ser decomposta pelo meio ambiente, mas é um avanço e a demonstração rasa de um mísero interesse pela natureza, mas ainda temos muito a fazer, os representantes políticos e a população!

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